Na lapela uma agulha adornada c'um brilhante Na orelha uma argola de pirata petulante O andar afectado de quem anda nas alturas Espreitando do bolso um folheto com torturas Ou então um volume de cozinha libertária Que ninguém percebia ao fazer a culinária Todo o dia a jogar a um jogo de charadas Entre copos de absinto e mistelas inaladas Recitamos poemas em delírio fonético Inventamos dadá em registo frenético E depois já cansados vamos todos para a cama Numa orgia colectiva que não vinha no programa é preciso é estilo! não cansamos de dizer Num verniz de desdém que nos dá muito prazer Assumindo o deboche cada vez mais descarado Insurrectos em graça adorando o acto ousado Somos fãs da desbunda do deleite permanente E assim passa o tempo e com ele nova gente é preciso é estilo em delírio fonético é preciso é estilo adorando o acto ousado é preciso é estilo de pirata petulante é preciso é estilo vamos todos para a cama é preciso é estilo em deleite permanente é preciso é estilo de quem anda nas alturas