Deixa derramar Da sua boca Erguer meu peito No seu abrigo Roçar suas pernas Num só enlaço Tragar seu cheiro Pro meu delírio Parar o tempo No seu sorriso Roubar seus braços Pro meu descanso Descer por ondas No pensamento Atar seu gozo Na minha loucura E fatigar O que é lamento Recuar por ruas Num movimento Içar sua ira Com um beijo leve Tocar seus olhos Num instrumento Fazer seu porto Meu continente Do lado oposto Da dor que inflama Mover montanhas Num sopro quente Na sua cama Seu aparato No seu cinema Ser seu poema Sua majestosa Arquitetura A gota d'água No seu silêncio O seu estame Na mata escura Ser seu sossego Ser sua bagunça Sua relíquia Ser sua repulsa O seu começo Seu fim de linha Ser quem te fere Ser quem te guia