Deuses negros do mar Que habitam as entranhas As profundezas do mar Eu bem sei Meu amor vive Entre âncoras e cavalos marinhos E eu padeço do seu carinho Eu pedaço de carne crua Que afora na noite nua Inebriada de tédio Ainda Sinaliza qualquer esperança Guarda inteiro na lembrança Dentro de mim mar alto Mar bravo Mar manso Mar de outros mares Dos negros deuses que o renegam de mim Dos Palmares O que será Ou haverá de ser O meu desfecho Aqui do norte Pulsam veias Como valas de um rio sem leito Sigo em frente Sigo meu caminho Canto minhas dores para acalentar A quem um dia rogou por um amor Que a dona do mar levou Pra lá no fundo ficar