Sorriste-me junto ao rio Quando de febre eu morria Entre delirio palustres E suores me consumia Eu ardia em fogo lento Quando me deste agasalho Passaste em mim um umguento Muito mais fresco do que orvalho ♪ Redimiste-me nativa Das penas do meu regredo Mantiveste a minha alma viva Por ti voltei a ser ledo Adorei Deus em eresia Dei-lhe outra face sagrada E a nossa volta no chão Foi crescendo uma erva mestiçada ♪ Deste-me conchas do mar E um sorriso na boca E eu nada tinha pra dar Que se comparasse em troca Dei-te os ferros da razão Dei-te o valor do metal O castigo e o perdão E a gramática do mal Dei-te a dor no crussifixo Dei-te a cinza do prazer Se não fosse eu era outro E antes eu do que um qualquer ♪ Dei-te a minha lingua mãe Nas tardes desse vagar O meu bem mais precioso Que eu tinha pra te dar ♪ E esse meu falar antigo De branco fez-se mulato Um dialecto criolo Um viço novo no mato Ei-ei-ei-ei-ei-eiê Oh-oh-oh-ah Oh-oh-oh-oh