Então, sempre ouvi dizer
Que a vida a dois é um osso duro de roer
E de enterrar e esgravatar p'ra cheirar e confirmar o lugar
O asilo, o lar doce lar
O lar doce lar
Exceção feita aos onanistas
Só ligam às fotos das revistas
Tu lavas, eu limpo
Tu sonhas, eu durmo
Tu branco e eu tinto
Tu sabes, eu invento
Tu calas, eu minto
Arrumas e eu rego
Retocas, eu pinto, cozinhamos p'ra três
Tu mordes, eu trinco, detestas, eu gosto
Magoas, eu brinco
♪
Criamos sob um teto um monstro de mutismo
E o tédio escorre das paredes como num túmulo p'ra alugar
P'ra habitar, p'ra alugar
Inventamos maldades por puro exibicionismo
Suportamo-nos apenas por diletantismo
Discussões de mercearia, apagamos a luz ao nascer do novo dia
Tu lavas, eu limpo
Tu mordes, eu trinco
Tu detestas, eu gosto
Tu branco e eu tinto
Tu sabes, eu invento
Quando te calas, eu minto
Arrumas e eu rego
Retocas, eu pinto, cozinhamos p'ra três
Tu mordes, eu trinco, detestas, eu gosto
Magoas, eu brinco
♪
Tu lavas, eu limpo
Tu sonhas, eu durmo
Tu branco e eu tinto
Tu sabes, eu invento
Tu calas, eu minto
Se me morres eu sinto
Se me morres eu sinto
Se me morres eu sinto
Se me morres eu sinto...
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