Pé ante pé na noite fechada Para deixar presa a hiena esfomeada Dos olhos escapa um brilho cruel Matar a fome é o seu papel Um comboio de jeeps avança com o trigo Trazendo armas prontas fixas no seu tejadilho Uma cor de sangue o sol derrama Enquanto nasce Enquanto nasce o horror Na terra Africana ♪ Num fechar d'olhos cercam a aldeia Todos à caça na sua alcateia As gentes fogem ainda estremunhadas Rapidamente são apanhadas Não há quem lhes escape, não há quem resista São os senhores da guerra, essa raça maldita Procuram prazer num jogo mortal Ficamos sem saber Quem é o homem, quem é o animal Quem é quem nesta selva sangrenta? Quem é quem neste dia violento? Quem é quem Deixando um rasto com um toque de dor? Quem é quem? Por aqui passaram os filhos do ditador ♪ Os sem pai duma mãe esfomeada A lei do mais forte é lhes sempre aplicada As balas foram as tuas primeiras letras As facas do mato as suas canetas Com elas escrevem uma história de terror Com brasas, cobre e gritos de dor Quem é quem? Pergunta a hiena Fervendo o sangue a correr nesta arena Quem é quem nesta selva sangrenta? E a milícia de sangue sedenta Quem é quem neste dia violento? Mulheres e crianças são o seu movimento Quem é quem? Deixando um rasto com um toque de dor Quem é quem? Por aqui passaram os filhos do ditador Quem é quem? Quem é quem? Quem é quem? Quem é quem?