Não sei como pudeste descansar Noutros braços, sabendo que estou triste Nem um remorso só te faz lembrar O que te dei e tu retribuíste Mas como–Santo Deus–tudo apagado Nesse teu coração descontrolado Sabendo tu, que o meu se queimaria Numa saudade viva, dia a dia Bem sei que todo o bem tem sempre um fim Mas não, não me conformo assim! Entre nós dois estão sempre de permeio Doces recordações a que me agarro Na estante, o livro que deixaste a meio No meu cinzeiro, o último cigarro E o lenço que me deste nos meus anos Mortalha d'outros tantos desenganos Onde guardo o que resta desse adeus Que os teus olhos trocaram com os meus Bem sei que todo o bem tem sempre um fim Mas não, não me conformo assim!