Cai poeira lá fora Levanta e enrola E os castelos no ar Pesam sem assentar Nos degraus do passado Em escamas, deitado Há fogo sem chama E ao secar, derrama Vai crescendo sem lá estar Estou a um passo de apagar O real da ilusão Se não aceito a mudança Nem prevejo na lembrança Estendo o dedo, parto a mão Tento enjaular a memória Sem me perder na história Sem me morrer nas mãos O passado já não passa Sem que o tempo o refaça Sem me torcer em vão Quando queima só dissolve Na sombra em que o envolve E vai roendo a razão Faço por fechar a porta Sem me morder a alma Sem me tornar prisão Novo grito de fundo Conversa no escuro A paz é a luta Sem a disputa Na mensagem que li Com os olhos escrevi "Larga a corda e acorda Aqui não há vitória" Lanço perguntas ao tempo Para me livrar do centro Como pedras de sabão E em resposta ao que eu era Nunca mudei a bandeira Estendo o dedo, parto a mão Tento enjaular a memória Sem me perder na história Sem me morrer nas mãos O passado já não passa Sem que o tempo o refaça Sem me torcer em vão Quando queima só dissolve Na sombra em que o envolve E vai roendo a razão Faço por fechar a porta Sem me morder a alma Sem me tornar prisão