As meninas loucas da montanha Fazem festas, não convidam ninguém Atiram pedras aos comboios E só ouvem o que lhes convém Com as suas mini-saias transparentes Vão à missa seduzir os crentes Mostram-lhe os seios e tocam-se entre pernas Lambem os pés da estátua do mecenas Foi ali que eu as vi tão belas Entre estrelas de Hollywood e Cinderelas Calçavam botas de borracha pretas Vestido leve que usavam sem cuecas Perguntei o que faziam ali Responderam que esperavam por mim E riram como loucas as três Beijaram-me na boca à vez Tiraram a roupa peça a peça Eu despi-me logo muito à pressa Deitamo-nos na terra molhada E fizemos amor em manada Riram baixinho no final da festa E eu levei três pancadas na testa Amordaçaram-me a boca com um trapo Senti-me a cair num buraco Aterrei num poço profundo Tudo em que tocava estava imundo Livrei-me da mordaça e gritei Mordeu-me a ratazana que pisei As meninas espreitaram do topo Ouviu-se o eco de um riso louco Fecharam o alçapão e fez-se escuro Eu com pedras raspava contra o muro Desmaiei e acordei em sobressalto As meninas loucas riam bem alto Com o corpo ferido e deformado Foi ali que morri esfomeado