Debaixo da mosca, escondeu-se uma meça Um belo par de orelhas suspende a cabeça Nos gonzos da porta, move-se uma casa O cigarro, acossado, foge de uma brasa A ponta do verso cavalga na rima No lado de baixo, repousa o de cima As margens recuam á beira do rio E o Tejo desiste depois do Bugio Se cada sentença tem sua cabeça Talvez o real seja o que não pareça Quer seja vidente, juiz ou artista A razão só depende do ponto de vista As aves paradas, vestidas de vento Na barca da noite, navega o relento Dentro da cabeça se extingue a memória Que já não se lembra do fim desta história Se cada sentença tem sua cabeça Talvez o real seja o que não pareça Quer seja vidente, juiz ou artista A razão só depende do ponto de vista Se cada sentença tem sua cabeça Talvez o real seja o que não pareça Quer seja vidente, juiz ou artista A razão só depende do ponto de vista