Joana transmontana Tu não dás descanso à terra Umas grutas lá na serra Tens tu histórias pra contar Da cidade só trouxeste Chagas fundas de miséria Mas com fama de galdéria Estás na calha pra casar Com tanta gente que passou Pela tal Joana Cadê poetas Pra cantar a transmontana Joana transmontana Já não quer estar com ninguém E dos tempos de Belém Não te deixas perguntar Nas colónias de Lisboa Ser pessoa é compromisso E como sabes pouco disso Voltaste para humanizar Com tanta gente que passou Pela tal Joana Cadê poetas Pra cantar a transmontana Antes estar com fome aqui Que em Lisboa a lavar pratos Trocar um milhão de putos Por cinquenta velhos chatos Fugidos nus do lar sem medos Nem sapatos... Joana transmontana Não te queria eu namorar Tinhas vindo lá da terra Das peneiras por tratar Mas depois de uns poucos meses De te verem funcionar Conseguiste o aval das velhas E moços pra passear Com tanta gente que passou Pela tal Joana Cadê poetas Pra cantar a transmontana Joana, oh Joana Se tu tinhas aqui vida O que foste de fugida Logo em primeiro lugar E com isto eu só pergunto Se miranda é tão mais lindo Do que a capital fingindo Que tu não nos vais faltar Com tanta gente que passou Pela tal Joana Cadê poetas Pra cantar a transmontana Antes estar com fome aqui Que em Lisboa a lavar pratos Trocar um milhão de putos Por cinquenta velhos chatos Fugidos nus do lar sem medos Nem sapatos...