Enquanto o menino come Calango, erva daninha O governo troca voto Por um quilo de farinha Sarapatel humano Feito do sangue da gente Entra ano, sai ano Só muda de presidente Muda também o menino Que morreu no esquecimento Assim como esse lamento Nem vai ser considerado Aqui nada se mexe Nem notícias do passado O futuro é muito longe E o presente tão atrasado É, Maria do Socorro Profissão de fé Come pó, cospe tijolo Come o que tiver Se pintar um bicho, pega Pega esse filé Não tem reza, não tem choro Deus dará quando vier Em cima, o nordeste seca Em baixo, o sul morre afogado Eu já nem sei pra que lado Fica a casa do diabo Chegou o ano dois mil Vivas, fogos de artifício O mundo virou milênio E o Brasil um sacrifício