Sob os rastros da rotina que não deixam ver Que o céu continua azul O sol a nos reger Cega ou confunde a visão do que é real E a massa fala por ti E a massa acha que é normal Não se perder em sonhos Acordar cedo pra sangrar E as nossas armas? Hoje se arrastam pelo chão E as nossas vidas? Não encontramos a razão Respirar, se alimentar e se bem suceder Não amar, não cultuar e só sobreviver Sobreviver Sobre viver Tá todo mundo doente e não se pode ver Tá todo mundo descrente e não se pode ver Tá todo mundo carente e não se pode ver E não se pode ver, e não se pode ver Tá todo mundo distante e não pode se ver Tá tudo bom o bastante e não pode se ver No conformismo constante e não pode se ver Não pode se ver, não pode Flores vou te ofertar, pois tenho a comemorar Não dá pra perfurar meu peito aberto Guerras vão silenciar, feridas a fechar Eu hei de estar lá vendo de perto Entre a linha do que vivo e acredito mais Quantas cores já deixei de captar pra mim? E a beleza esquecida de tempos atrás Se esconde no cimento que ganham os céus Escondidos entre uma e outra lotação Os sorrisos se mostram prontos pra resistir Mostre os dentes bailando contra a opressão A noite dá seu lugar pro dia que há de vir Tente ouvir você Tem a dizer? Quero saber Foco em salvação E a magia não Se acaba então E ao se atirar Sem nada que te prenda Ver aproximar Usando vendas Flores, flores vou te ofertar Flores vou te ofertar, pois tenho a comemorar Não dá pra perfurar meu peito aberto Guerras vão silenciar, feridas a fechar Eu hei de estar lá vendo de perto