Lembra Lindalva a doideira da gente amar Correndo os campos A lua cheia em teus seios como um colar E a estrela d'alva a enfeitar teus cabelos. Lembra Lindalva da gente rolando Sobre um colchão feito de capim novo Duas pessoas e os bichos olhando Como dois bichos no meio do povo. Mas depois veio a distância a nos separar E o tempo é coisa que jamais recua Dando ao destino uma chance de atravessar Algo entre nós assim como uma rua. Foi nosso amor uma história singela Que aconteceu e acabou num relance Feito o capítulo de uma novela Que não mostrou o final do romance. Sabe Lindalva não vale ninguém guardar Nenhum rancor por não ter dado certo Um dia a gente se encontra em qualquer lugar Quero te ver, como eu, de peito aberto. Sei que é difícil que um dia isso ocorra Mas lembre apenas do que foi bonito Pois jura de amor sem fim nem que morra Lembrado assim será sempre infinito.