Mandei-lhe uma carta em papel perfumado E com a letra bonita eu disse ela tinha Um sorrir luminoso tão triste e gaiato Como o sol de novembro brincando de artista Nas acácias floridas na fímbria do mar ♪ Sua pele macia era sumaúma Sua pele macia cheirando a rosas Seu seios laranjas, laranjas do Loge Eu mandei-lhe uma carta e ela disse que não ♪ Mandei-lhe um cartão que o Maninjo tipografou "Por ti sofre o meu coração" Num canto sim, noutro canto não E ela o canto do não dobrou ♪ Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete Pedindo rogando de joelhos no chão Pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia Me desse a ventura do seu namoro E ela disse que não ♪ Mandei a avó Chica, quimbanda de fama A areia da marca que o seu pé deixou Para que fizesse um feitiço forte e seguro Que nela nascesse um amor como o meu E o feitiço falhou ♪ Andei barbado, sujo, e descalço Como um mona-ngamba procuraram por mim " Não viu (Ai, não viu?) Não viu Benjamim?" E perdido me deram no morro da Samba ♪ Para me distrair levaram-me ao baile Do senhor Januário mas ela lá estava Num canto a rir contando o meu caso Âs moças mais lindas do Bairro Operário ♪ Tocaram uma rumba dancei com ela E num passo maluco voamos na sala Qual uma estrela riscando o céu! E a malta gritou: "Aí Benjamim!" ♪ Olhei-a nos olhos, sorriu para mim Pedi-lhe um beijo, e ela disse que sim E ela disse que sim E ela disse que sim