Os hinos são frutos perversos Crescendo no ramo dos versos Roubando o vento e a luz à folha Os hinos cegam quem os olha Os hinos cegam quem os olha Adoradores do sangue, sempre Os hinos bebem quem os cumpre Quantos sentidos tem a palavra Que o hino tomou por escrava Que o hino tomou por escrava Beijou-me bem, matou-se a esmo E o hino é sempre o mesmo Sempre o mesmo Beijou-se forte, matou-se feio E o hino sempre de permeio ♪ Choro por mim aos pés da forca E o hino fala-me da dor que há Maior que a minha, melhor que a vida E a morte vem despercebida E a morte vem despercebida E se houver quem desta paz se farte Irmãos, irmãos, hinos à parte Lá vêm músicos, lá vêm letristas Divulgarão novas conquistas Divulgarão novas conquistas Beijou-me bem, matou-se a esmo E o hino é sempre o mesmo Sempre o mesmo Beijou-se forte, matou-se feio E o hino sempre de permeio ♪ Se cada igreja tem seu sino Se cada pátria tem seu hino Que fazem dentro das sepulturas Versos e sons e partituras? Versos e sons e partituras? Épicos de todo o mundo, uni-vos Fazei dos hinos pregões vivos Fazei dos hinos perdões aceites Em cama onde não durmas não te deites Em cama onde não durmas não te deites Beijou-me bem, matou-se a esmo E o hino é sempre o mesmo Sempre o mesmo Beijou-se forte, matou-se feio E o hino sempre de permeio