Já são dois dias sem dormir Não vou sofrer Vou sair e procurar Um lugar pra mim Risos postiços Gestos na contramão do corpo A contragosto Camuflando a dor Que é a falta de amor Em todo bar escuro Não quer dizer Que na escolha pelo excesso Não possa haver Algum escape da solidão Quem é da noite vem ver Quem tem a sorte de ter Qualquer prazer fugaz Que ajude a esquecer O que não ficou pra trás Mas de manhã depois, eu sei Olho pra trás e vejo Toda euforia, em si, não fez O menor sentido Porque não cessa a dor Porque persiste a mesma insônia Que te anula e dilacera Mais que qualquer sonho ruim Mesmo se perceber Nem quem vagueia pela noite Sabe dizer Por que insiste nessa ilusão Quem é da noite vem ver Quem tem a sorte de ter Qualquer prazer fugaz Que ajude a esquecer O que não ficou pra trás