No trilho, a trilha dos vagantes Num vagão que anda devagar Para não espalhar as tralhas sobre o chão. Os vagais, os vagos, os vigorosos, Os veganos, os vulgos e vulgares, Repartindo suas vagas matinais. A vida é ser passageiro E ser passagem da paisagem de outro alguém. Uma caixa de muitos platonismos Que duram algumas estações, E de ódios que perduram até o final. Tantos nomes que deixo de saber, Tantas fontes que deixo de desfrutar, Tanta fome de atenção que não vou saciar. Sonhadores, assanhados, senhores e sinhás Escravos, escribas, escritores sem paz Doentes, doídos e doidos carnais Entram e sai sem olhar para trás Estudantes embarcando em dilemas Estudados desembarcam seus problemas Quando o estresse estremesse essa estrada de ferro estreita Alguém ou apenas um refém De outrem ausente deste trem Que só vai e volta sem parar em alguém. Atrasados que vão atrás do que é vão Atrelados ao que não são Atrizes e atores fazendo o papel De atrozes que nunca serão E minha trilha desanda desses trilhos Devagar eu deixo a vaga no vagão E a mente volta a vagar no vago. COMPOSIÇÃO: Rodrigo Magalhães