Lá vai o menino pela estrada Pedindo que alguém lhe de guarita Chorando a morte da mãezinha E agora o que será da sua vida? Vai indo em rumo da cidade Levando a trouxinha esfarrapada Quando canseira domina seu corpinho Para e dorme na beira da estrada Foi assim que pra mim aconteceu Quando eu tinha nove anos de idade Sem pai, sem mãe sai rolando Sozinho passando necessidade Dormindo no relento muitas noites Com fome, com frio, quanto amargor Sonhava com uma mãe me acariciando Acordava tão só com a minha dor Saía andar durante o dia Tão só lamentando a minha sorte Quando a fome a canseira era de mais Pedia pra que Deus me desse a morte Assim os anos foi passando Era eu o menino que crescia Chorando as saudades de mamãe Na esperança de encontrar um dia Hoje não posso ver uma criança Atirada por ai na orfandade Faz lembrar a minha vida passada Triste infância que não deixou saudades Levanto minha voz aos grandes homens Governadores dos estados baronil Auxilie as criancinhas humildes Deus lhe pague presidente do Brasil.