Salves tu quero-quero do meu pago Ave guerreira sentinela das coxilhas Sempre presente no calor dos entreveros Testemunhando as mais sangrentas guerrilhas Grito estridente revivendo pelos campo O som vibrante do clarim dos farroupilhas Quero-quero as estampa campesina Velho parceiro do nosso pago sem luxo Tem sob as asas dois ferrões, pontas de lança Fibra na alma e bravuras de gaúcho És fiel guasca que peleia até morrer E não se abate na fumaça do cartucho Quero-quero és bravura do rio grande Guardião do ago, posteiro da nossa gente Lenda viva da grande pampa gaucha A La pucha que bicho guapo e valente Quero-quero bem é astuto e caborteiro Voa rasante sobre quem se aproxima Deixa seu ninho camuflado na macega Como despiste vai pousar noutro lugar Passa a vida defendendo o próprio chão Impõe respeito quando se para gritar O quero-quero veio ao mundo pra pelear E não dar alce pro inimigo mais austero Igual a ele vou peleando por aí Defendendo a pampa e a arte que venero De peito aberto vou cantando mundo a fora Com essa garra que nos vem do quero-quero