O barulho que incomoda na esquina Um projeto de bairro nesse quadrado O azulejo infiltra o amarelo Cor do passado, cor do passado Um templo a cada esquina Pra secar de fé os seus Geraldos A esperança aqui não falta, não Nem que esteja no churrasco de sábado Foi aí que eu vi Eu vi O céu de abril O céu de abril Brindando o amor Num quintal bagunçado Num quintal bagunçado O céu abriu, longe do mar A paz sorriu pra me acalmar O céu abriu, perto do mar A paz sorriu pra me acalmar Sempre por nós Fé na luta e elevação Amor além do coração Meu bloco não para, não tarda, não falha Rala na escala, garra na missão Sou cria do nordeste, carioca da peste Todo dia na oeste é um teste O dia é tão pesado mas eu sigo Tão leve, tão leve, tão leve, tão leve É humilde e pequena Mas nossa casa nunca falta poesia É tijolo, sem reboco Mas eu amo minha vida Pior de tudo é que tem gente que reclama Não da valor se tem um teto e uma cama Essa gente doida eu não quero por perto Mas de repente só precisam de afeto Aqui é proibido proibir A nossa mente tem que evoluir, é Bagulho é doido, então fica ligado Nesse jogo sujo eu entro preparado Sei que eles vão querer me apontar na falha Mas o punho é cerrado, a rima corta igual navalha A rima corta igual navalha A rima corta igual navalha Na nossa casa não se pode ouvir, não Você dizer que não vai conseguir Na nossa casa não se pode ouvir, não Você dizer que não vai conseguir O céu abriu, longe do mar A paz sorriu pra me acalmar O céu abriu, perto do mar A paz sorriu pra me acalmar