Toda noite Lá na esquina Com a gurizada Vida perdida É só pau e pedra Atrás do muro Eles vem chegando e o bicho vai pegar É que temos que proteger O bairro Daqueles que vem Tomar nosso vinho Copar nosso bar E avisa pra mãe do Badanha que vai piorar E avisa que no Nonoai não tem conversar Saiu no bairro Que ela vai voltar Seu Francisco se animou Vai melhorar Quando ela passa pra buscar o pão Seu Francisco se anima Levanta e desliga a televisão O bar do gringo Anda meia boca Não vende mais lanche Só cachaça loka Não tem mais samba Desde o ano passado É só sinuca de bola faltando e pano furado Mas que loucura todos dias são iguais Mas que loucura todos dias são demais Eu sou a vida devagar Um assovio doce que passa na calçada Eu sou a fruta da manhã Que a feira trouxe pra dentro da sua casa Eu sou a massa de sorvete Um jogo de taco e a junção na praça Eu sou a briga de vizinho E o barulho ensurdecedor de toda a cachorrada E avisa pra mãe do Badanha que vai piorar E avisa que no Nonoai não tem conversar