Era inverno sim Eu perdido em mim Rabiscava uns versos pra enganar a dor O tédio, o pranto, o tombo E encantava mágoas milongueando sonhos Mas havia em mim um cismar doentio De agradar estimas aos atalhos gastos dos compadres músicos Repartindo as tralhas, tendo o olhar recluso Repartindo as tralhas, tendo o olhar recluso Somos dessa aldeia, filhos de parteiras Na parelha injusta da cor Somos pensadores sem pedir favores Somos desta plebe, febre de palavras Na fronteira oculta dos rios Somos cantadores sem pedir favores ♪ Caso essa biboca, cova da desova Dilarece o fruto, mastigando o gulo O sumo, o tudo, o nada Pego essa pandilha e engravido a rima Se o amor der sombra A sesteada é pouca Pra escorar no esteio os livros, os arreios O riso humano, o cusco, os ossos E talvez amigos milongueando uns troços E talvez amigos milongueando uns troços Somos dessa aldeia, filhos de parteiras Na parelha injusta da cor Somos pensadores sem pedir favores Somos dessa plebe, febre de palavras Na fronteira oculta dos rios Somos cantadores sem pedir favores Se o amor der sombra A sesteada é pouca Pra escorar no esteio os livros, os arreios O riso humano, o cusco, os ossos E talvez amigos milongueando uns troços E talvez amigos milongueando uns troços E talvez amigos milongueando uns troços