Apático, o frio da cidade não é nada simpático No centro logo de front são loucos fanáticos Me esquivo do sono tático, olho no olho mas tudo que eu vejo é vácuo Monocromático é a neblina que cobre a garoa de SP 011 Baixa o tutorial aqui pra você aprender Pode ver, BR com Z e a Ref. vem de longe Pesadão no trem, chacoalha mais que batedeira A sede ansiosa do beat batendo na orelha Segunda à Sexta-feira, ninguém tá pra brincadeira, não E o colarinho branco se perde na multidão É sem patrão, sem ponto, sem exclamação Mais um leão, que eu mato por dia em vão Só que não, se escuta a voz da razão Cê acha que tá livre mas faz parte da encenação Dançando em cima da faca molhada de sangue do Mombojó Sigo só, certo na dúvida enfeitando A garganta com nó Sem muito vento, sem muito sol, mistura de fogo com aerosol Que só queima a alma de quem sente A visão do futuro é o bote da serpente Porque a cidade é fria e as cores estão todas Sujas, eu me perco em poucos sentimentos, infinitas ruas É eu sei, tem muito rato querendo ser fera Eu sei, tá mais pra temporada da gazela Não embaça, não fode, não gasta nosso tempo Aqui só tem moleque bom, cheio de talento Lamento a garoa Dividindo o asfalto e a lua Uma valsa com um guarda-chuva 011, SP A culpa é toda sua Ambiente cinza, paisagem tóxica Aqui a Mãe Natureza tem TPM e cólica Tem sangue derramado nessa fauna e flora Alguns tão rindo enquanto a grande maioria ainda chora Evolução das máquinas, extinção das margens plácidas Evapora a ganância e volta como chuva ácida Listras brancas na mesa negra E o cano já apontado mirando naquela zebra É na carreira que eles querem seguir Não importa quantas horas vão deixar de dormir Querem mais no bolso e já não têm pouco Antes de lamberem os dedos vão nos deixar só o osso Caçada esportiva, fazem só por hobby Lei da selva que vença o mais forte É fácil falar, é fácil falar É fácil falar isso quando tu não é o mais pobre