No Canta a Amazônia I Ele tava sentado por ali Hoje, infelizmente, ele não tá aqui Mas, eu tenho certeza que ali de cima Ele tá me mandando toda a energia dele Como ele sempre me deu em vida Edyr Proença ♪ Há muito que aqui no meu peito Murmuram saudades azuis do teu céu Respingos de ausência me acordam Luando telhados que a chuva cantou O que é que tens feito que estás tão faceira? Mais jovem que os jovens irmãos que deixei Mais sábia que toda a ciência da terra Mais terra, mais dona do amor que te dei Onde anda meu povo, meu rio, meu peixe Meu sol, minha rede, meu tamba-tajá A sesta, o sossego da tarde descalça O sono suado do amor que se dá E o orvalho invisível na flor se embrulhando Com o medo das asas do galo cantando Um novo dia vai anunciando Cantando e varando silêncios de lar Me abraça apertado, que eu venho chegando Sem sol e sem lua, sem rima e sem mar Coberta de neve, lavada no pranto Dos ventos que engolem cidades no ar Procuro o meu barco de vela azulada Que foi de panada sumindo sem dó Procuro a lembrança da infância na grama Dos campos tranquilos do meu Marajó Belém, minha terra, minha casa, meu chão Meu sol de janeiro a janeiro a suar Me beija, me abraça que quero matar A doída saudade que quer me acabar Sem Círio da Virgem, sem cheiro cheiroso Sem a chuva das duas que não pode faltar Cochilo saudades na noite abanando Teu leque de estrelas, Belém do Pará 'Brigada! Edyr Proença e Aldacinda 'Brigada!