Da vida eu quero a manteiga E a faca sem serra Uma combinação perfeita Eu quero o que escorrega Quero a conexão que se ajeita Descomplicada A vontade nata Quase ignorada A risada dada Depois de um copo de cachaça Quero o que condensa Simplesmente porque desaba A calcinha gasta A camiseta rasgada E o olhar pro nada O que fica bem encaixado Mesmo quando não há espaço Quero o que desliza, atiça Passa Esmigalha Acaba A escolha involuntária O que se assanha sem feitiço Sem reboliço, sem juízo O suor da sauna Sem esforço da alma Quero ficar emplastada Congelada Derretida Imersa num pote De gordura saturada