Lábios que beijei Mãos que eu afaguei Numa noite de luar, assim O mar na solidão bramia E o vento, a soluçar, pedia Que fosses sincera para mim Nada tu ouviste E logo partiste Para os braços de outro amor Eu fiquei chorando Minha mágoa cantando Sou a estátua perenal da dor Passo os dias soluçando com meu pinho Carpindo a minha dor, sozinho Sem esperança de vê-la jamais Deus, tem compaixão deste infeliz Por que sofrer assim? Compadece-vos de meus ais Tua imagem permanece imaculada Em minha retina cansada De chorar por teu amor Lábios que beijei Mãos que eu afaguei Volta, dai lenitivo à minha dor ♪ Nada tu ouviste E logo partiste Para os braços de outro amor Eu fiquei chorando Minha mágoa cantando Sou a estátua perenal da dor