Se a raiva se esvai em vão Sem laço, sem chão, sem voz Marcha veloz rumo ao abismo Se a vida atropela, então O que há de melhor em nós Um passo atrás talvez revele outro caminho ♪ Escreve a frase no espelho Pra que se confunda com teu próprio rosto E cada olhar sobre si mesmo traga à boca o gosto Não esquecer! (Não esquecer!) Não esquecer! (Não esquecer!) Um corpo que cai do penhasco, engana-se como convém Ao longo da queda, repete pra si: Até aqui tudo bem Lá, onde dorme a chama Quero ir lá, onde cala a voz Por baixo das máscaras, do peso que esmaga Mesmo desfigurada a vida ainda pulsa e estende o braço Abra espaço! Abra espaço! Não há solução dentro do teu conforto! Não há solução sem um passo atrás! ♪ Vela a passagem do tempo Pesa o que se desperdiça O que se fez do teu canto Que já não mais expressa espanto E cala conivente enquanto a vida grita Abre o sentido da angústia Ao drama da dor coletiva Sopro da chama que acende Em meio à farsa não se rende Um aviso de incêndio indica uma saída Desce até a origem das coisas Encara a ferida que liga a desgraça a você Tece, com raiva e paciência As tramas da fuga pra além dos pulmões do poder Jura vingança ao massacre Cultiva a recusa e abraça aqueles que estão Sempre a contravento em contramão