Minha guia é de conta encarnada De búzio da costa, de conchinha azul No pescoço ela dá sete voltas E traz pendurado o Cruzeiro do Sul Eu não sei que santo é esse, meu mano Mas o dia que eu souber eu não conto Ele tem na mão direita um abano E na esquerda o seu bastão de confronto Quando desce é pra açoitar desengano Na batida do adjá chega pronto Ele é meio índio, meio africano Mano vem que eu vou puxar o seu ponto Minha guia é de conta encarnada De búzio da costa, de conchinha azul No pescoço ela dá sete voltas E traz pendurado o Cruzeiro do Sul É de palha, é de pena, é de pano O seu traje de sultão com Xavante No turbante, no cocar soberano Brilha a estrela de um metal flamejante Veste com força de terra e oceano Esse santo, mano, é que me garante Bate logo o toque dele meu mano Anda que ele está querendo que eu cante Minha guia é de conta encarnada De búzio da costa, de conchinha azul No pescoço ela dá sete voltas E traz pendurado o Cruzeiro do Sul