A moenda moeu a cana, A caiana escorreu no bangüê, Quem não sabe moer que aprenda, É só ver a moenda moer. Na hora do canto do galo Passei meu facão no rebolo, Cortei uma cana no talo, Piquei o meu fumo-de-rolo, Bebi uma azul no gargalo, Selei meu cavalo crioulo, Rezei pro meu pai São Gonçalo, E fui trabalhar no monjolo. Levei no embornal meu regalo: Farinha, café, charque e bolo, Pilei no pilão milho ralo, O sol me queimando o miolo. Com a bota apertada o meu calo Deitei no tapete arraiolo, O som da moenda era um estalo Da cana caindo no embolo. Seis horas montei meu cavalo, Me desembestei como um tolo Foi porque escutei o badalo Da igreja de palha e tijolo. Pra missa cheguei no intervalo Mas fui só pedir meu consolo: Protege, meu pai São Gonçalo, Moenda, milho e monjolo