Balzaquiana, sobre outra década Num bar onde só vende Eisenbahn A arte de se comunicar E seus hipnóticos olhos persa Fim de semana é só lazer Gata, me pega no McDonald's Foda-se tudo e vamo dar um rolê Até que a gente se sinta longe Do seu amigo sommelier Do bordeaux que sua amiga trouxe de Londres Do tom arrogante de ateliê Dos clichês, dos galicismos O próximo passo é um abismo Só queria te absorver Só queria me absolver Desse meu egoísmo Quando me vens German Lorca Seu tabaco orgânico tão blasé Arte um na TV e uma briga cada viagem A vontade de coisas que eu nunca tive Viver é conhecer uma mulher estranha Açúcar, filmes, cânhamo, decifrar Qual de suas três faces é a mulher aranha Tomadas em que ela geme e me arranha O doce veneno de noites incríveis Das que a gente gasta mesmo muito mais que ganha Tentando ser feliz e outras coisas impossíveis Ofertas imperdíveis, amores de vitrine Quem te disse que é crime alimentar ganância? E matar qualquer ânsia enquanto a gente vive Fugir da crise pro conforto da ignorância Na balança, grãos que qualquer vento leva Só um juiz pra quanto tudo pesa em ti Cada meia verdade, cada mentira interna As luzes da cidade e os mitos da caverna