A morte na favela tem pressa Do nada o pesadelo começa Alvejaram alguém na travessa Os cara mandado de peça Passaram atirando de moto Igual flecha Ninguém sabe se é polícia Ninguém sabe se é milícia Psicopata que mata em nome da justiça Diabo veste farda, usa insígnia Tudo que eu peço é vida longa Morte digna Digna Mataram meu irmão Meus amigos também Olhei pro lado Olhei em volta não tem ninguém Vendo o mundo explodir No inferno eu cresci Gritei, perguntei ao céu Por que que eu nasci A pior prisão, é nossa própria mente Olhei pro espelho e enxerguei Meu único oponente Eu to tentando, mas não consigo esquecer Cada cena que a guerra urbana Me obrigou a ver Cheiro de morte, cachaça desgraça A bala perdida achou mais trabalhador O assassino sumiu na fumaça Era sexta-feira 13 noite de terror Cheiro de morte, cachaça desgraça A bala perdida achou mais trabalhador O assassino sumiu na fumaça Era sexta-feira 13 noite de terror Roupa suja, volume embaixo da blusa E o rosto acusa a intenção escusa Chuva de tiro rasgando a madruga É outra execução sem chance de fuga Eu não consigo dormir Não consigo sonhar Fico ouvindo a morte me chamar Se algum filho da puta quiser me pegar Vau me encontrar armado e pronto pra atirar ("Tra" "Tra") Um barraco de uma favela qualquer Outra história dessa nossa guerra particular Um barraco de uma favela qualquer Outro pobre que a polícia atirou pra matar Um barraco de uma favela qualquer Outra história dessa nossa guerra particular Um barraco de uma favela qualquer Outro pobre que a polícia atirou pra matar (pah)