Algumas coisas não mudaram E outras não se repetiram Papo de casos isolados em série A cor da pele que fere é a da que não interfere E a que se fere mesmo quando a descrição não confere Tá condenada a ser alvo, todo dia intempérie Desculpa nenhuma serve quando é tarde demais Girar o ponteiro ao contrário não vai, covarde demais Disparo contra quem cai, por treta besta se vai Mais um dos nossos, tira a paz, mais uma filha sem pai Nego, Vila ou viela correndo pra virar algum Ou pra não virar mais um da bala pra vala comum Mirando no placo pela bola ou plaquitudum Mãe acende a vela pra não ouvir um click clack boom Os moleque bão tão expostos, dispostos Negando as propostas, pagando os impostos Sujeitos, supostos, não quer ser desgosto Ou encosto, pros nossos o vencer tem outro gosto Vem da baixa, renda mínima, mente acima da média Mas só sobe ou sabe se entretem e alguém mantém na rédea Quem desgarra enfrenta a barra, sobe ou descem o sarrafo Graduado evita as grades mas mesmo assim não tá safo Se barrar querem nota, se peitar toma bota Se comprar zoião brota e se escorregar chacota Língua alheia é chicote e não liga o lugar de fala Não conhece a bagagem e ocupa o lugar de mala Criado pra ser criado, educado pra só servir Mais dever que direitos, limitado no ir e vir Sob pressão demais carvão não vira diamante Mas sem se dar por vencido, tem sido desafiante Sangue frio, chapa quente, é mais que térmico o choque E tem lição todo dia, sem curso em término, foque Se posso renovo o estoque de truque, reviso cada Página da história, griot, mas fora isso nada... de novo Scratches Nada, nada muda... Não mudou nada Tudo igual Na-da-mu-da