Há um grito mudo e atroz, O mundo inteiro o brada A jornada não para, A bússola está quebrada A sede mortal é de sempre, Sete mares não matam A vida é feita para nós, Mas os nós não se desatam Essa busca incessante por algo, Um alguém atrás da porta O que há antes da alma ser viva? Que vem depois que alma está morta? Faz alguns escolherem o cinza, Mas outros, a luz da pintura Fato: todos nascem, todos morrem, Todos na mesma moldura Sim, Deus é pai quando plantamos o trigo Ou quando lutamos pelos pães Porém nos esquecemos de procurá-lo Nos colos fartos de nossas mães Voltem! Voltem, Ainda há tempo, crianças! Venham para casa, Chega de briga! Acordem! Esse mundo de vocês já vai parir, Pois é apenas mais uma barriga...