Aqui do alto do cruzeiro Onde o vento faz a curva pra voltar com mais coragem Vejo o sol tocando a ponta do pára-raio da cruz Elimino a ofensa do atrito Atravanco o portão da ventania Faço a caixa do mar ficar vazia Boto um teto no vão do infinito (01) Para dar o pão pra os filhos Que chegam magros da guerra O mensageiro do sonho Nesse terreno que treme Da magra mão estendida Da paixão que grita e geme Das curvas do firmamento Da claridade da lua Solidão do mundo novo A batucada da rua O espetáculo não pode parar Quando a dor se aproxima Fazendo eu perder a calma Passo uma esponja de rima Nos ferimentos da alma (02) O espetáculo não pode parar Há certas coisas no mundo Que eu olho e fico surpreso Uma nuvem carregada Se sustentar com o peso E dentro de um bolo dágua Sair um corisco aceso (03) (01) Manoel Filó (02) Jó Patriota (03) Manoel Chudu