Daqui da lua, avisto seu olho sem telescópio Fumando o ópio das academias de ter e ser No narguilé da lagarta de Alice, nem a dor mais fina A da endorfina, que na lua conseguiria me aborrecer Enquanto as fábricas cospem mercúrio no mar aberto Faço ranger as folhas amargas do antigo jornal Uns imbecis pedindo ditadura Mas toda vez que a faca me perfura, eu sangro E aqui da lua, isso também é igual Os transeuntes baixam seus olhares Rezando aos chips dos seus celulares Aqui na lua, até que não me sinto tão mal Só dou pequenos passos e tropeço em bandeiras fincadas Ergo castelos gigantes de areia e cartas marcadas Pagando pato com a mesma moeda É na vertigem que começa a queda Aqui na lua dos lobos e loucos, dragões e espadas ♪ Eu precisei me afastar um pouco pra poder te ver Só não sabia que um dia iria tão longe assim Como eu queria que você viesse Como eu queria que você me visse Daqui da lua, até que não pareço tão ruim Enquanto as máquinas fabricam máquinas que roubam o tempo Já não sei mais se foi por essa estrada que eu vim Tenho tentado fugir das notícias Eu tô de corpo e alma, em carne viva Avisa em casa que eu tô com saudades de mim Vou deslizando até virar riacho Pra me livrar de tanta asfixia A gravidade não me põe pra baixo Eu te avisei que um dia partiria Aqui na lua, ando com saudades de mim Aqui na lua, ando com saudades de mim Aqui na lua, ando com saudades de mim