A nova placa-mãe do robô O cérebro que sonha dentro do bebê A nerd que hackeia o terminal E a Bíblia da velhinha que nem sabe ler Todas as ciências penduradas no varal A tampa da chaleira que assovia Um beija flor que morre em pleno ar Um pingo que desaba da torneira da pia (Como explicar?) Futilosofia pura futilosofia Futilosofia pura futilosofia A jamaicana que acordou falando chinês A ginasta com prótese de PVC Uma árvore feita de célula tronco Um baseado pronto na impressora 3D O peido do boi na atmosfera A termelétrica soltando gases no céu A fumaça que expande a mente e altera O desenho do pintor na ponta do pincel (Como explicar?) Futilosofia pura futilosofia Futilosofia pura futilosofia A rua rastreada pelo Google A terra girando na holografia Pra quê velocidade se não sai do lugar? Quem descobriu o Brasil foi a calmaria Caiam daí todos os drones É o grande apagão wifi da humanidade Chegue mais perto do próximo E delete de vez todos os seus clones E a festa acabou mas ninguém vai embora Quem tá aqui dentro, quem tá lá fora Valeu pela magia, pela cumplicidade Mas já tá tarde, deserto geral na cidade Ainda é proibido usar A futilosofia para fins recreativos Mas no meu caso é medicinal É salvação mental É o que me deixa vivo É utopia e futi, futi, futebol É simetria irregular, palito ao sol É a teimosia de juntar O que não pode com o que não devia Futilidades que valem milhões Filosofia barata de almanaque Duas artes ancestrais Hoje são vítimas de intenso e massivo ataque A banalizacão da violência O ódio radical sem endereço A notícia abrupta, a sequência ininterrupta O fim que chegou antes do começo E a futilosofia reinará Sobre o vazio humano absoluto Escrevendo no vácuo na página zero Não vai ter festa, nem vai ter luto Mas aparecerá um poeta Que vai perceber meu abandono E sua voz ecoará em minha testa Vai dormir que teu mal é sono