Vai o sol nascer e o chão rachar Vai mais um garrote desgarrar Seca de nem lágrima rolar Beija a tua Maria e vai de vez Leva o teu andor bem devagar Quando o cão morder teu calcanhar Tanto mais no ombro a cruz pesar Cruz, encruzilhada sem temer Quando o sertão pode a sola dos pés Atravessou estação na cadência do revés Na paisagem lenta de minguar Sucumbir parece um bom lugar No deserto o "Demo" vem pescar Oasis é isca pra morder Em nome do pai, lá se vai tentação Numa que o cão se distrai, horizonte vira chão E de grão em grão o chão se esvai Em divina providência Mergulhar o coração no mar Soluçar a recompensa Volta febril, balde cheio na mão Na travessia ele viu, céu promete inundação Ao chegar o poço e o pomar a Maria e a menina Tanto faz o que é sertão e mar quando a crença vence a sina