O destino me pregando uma outra peça, eu não queria Me cercava toda noite, com sua flecha e sua guia Era o tempo me encostando sua pele traiçoeira Eram noites tão pesadas, com nuvens sorrateiras Era a vida me cortando a carne com seu guizo Ecoando pelos séculos os sons e alguns gemidos Eram meus antepassados dentro dos bacanais Era o tempo me emprestando aquilo que eu não devolveria mais Era um homem nos meus sonhos me curando sem perdão Eram duas velhas mortas se arrastando pelo chão Eu soltava os meus cães em meu peito a soluçar Abafava os meus gritos, pois não sabia ladrar Achei que não era eu que fazia minha história andar Punha a culpa no destino ou em quem estivesse à mão para culpar E era assim ♪ Hoje em dia não me importo com o que fiz no meu passado Quero amigos, sorte, e muita gente boa do meu lado E não rebato se disserem por aí que eu tô errado Porque quem se debate está sozinho ou afogado Eu, que não fico no meio, não começo e nem acabo Eu sou filho do amor, não de Deus, nem do diabo Na ciranda das canções eu me ponho a revezar Rodando entre as ondas que me puxam em alto-mar Hoje sei bem que sou eu que giro a minha vida circular Essa roda, eu que invento e faço tudo nela se encaixar É, eu sou assim