Posso ofender sem dissimular É o que eu ganho por estar mais velho Não tenho nada para impressionar Ninguém por fora nem por dentro do espelho Noites em claro eu atravesso feito um mar Colecionando os sonhos mais incertos Somente um deles é uma estrela à brilhar A qual vai me manter desperto ♪ Me perdi no jogo das palavras Anotei errado a direção Já escrevi meu nome numa bala Também já fui bucha de canhão E eu já tenho tudo planejado Mas sempre alguém diz não, não, não, não, não Um vento me arrasta pra outro lado Em outra direção, mas sempre alguém diz não, não, não ♪ E o que nos levará ao final Serão os passos e não o caminho Ninguém percebe do que está atrás Seguindo o próprio destino sozinho É a sempre a mão que fere e não o punhal Tudo o que é não era pra ter sido Não é porque digo a verdade E sim por nunca ter mentido ♪ E não vou me sentir mal Se algo não me sair bem Me acostumei a cair E a me chocar com os muros também Que a vida seja simples e leve Como a fumaça desse trem Que mundo se curve aos seus pés Antes que você conte até dez Eu não quero me sentir estranho A quem vier a me reconhecer Não faço mais parte do rebanho Mas não deixei de à ele pertencer Deixei de voar e me enterrei Na sujeira dessa lama eu encontrei Calor para além dos seus abraços E agora sei que eu nunca voltarei