A terra treme em constante agonia Buscando a alforria da praga de estar Contaminada dessa gente tanta Praga dessa gente tonta Que só faz contar Tremor de terra é um fio de cabelo Retrato do desespero em tudo que há Pra quem quis crer no conto da Palavra A Palavra fez a farra e foi tripudiar Da inocência dessa gente crente Em ciência, santo, gente Ou no deusdará Só há o Acaso antes de ter um nome O resto a morte consome E o sonho vai mostrar Que o cara que esperava um novo dia Quando a tal da estrela guia Venceria o mal Regra primeira seria alegria Meio ano de folia, outro de carnaval Mas esse tal pegou gravata como eu pego febre Foi vender gato por lebre E ostentar crachá Eu fico aqui com meu facão de tédio Que é sempre um bom remédio Se o dia chegar A gente treme, treme feito vara verde Uns de fome e uns de sede Outros de mal estar Uns questionando as razões e os seres Outros cheios de afazeres Todos a berrar Berram as vacas indo ao matadouro Em sinal de mau agouro ou a profetizar Será a faca esse abraço terno Que anseiam homem e vaca para descansar? Será a cova esse conforto eterno Que rebatiza quem mata e que nos salvará? Será a faca esse abraço terno Que anseiam homem e vaca para descansar?