Cabeça de égua, pescoço invertido, paleta parada Lombo de cacimba e anca descarnada que baita botada deram no patrão Olhando de frente falta quase tudo olhando de trás parece um burrichó Isso é um caranguejo e pensam que é um cuiudo Zóio de mutuca, goela de socó Não alcança um boi, não pecha uma galinha não cincha uma lebra Cuiudinho quebra da boca de grota Bicho que da doma não tem nem notícia Inda é cabuloso e quando arrasta o toso Vem buscando a volta pra pisar o paisano Pobre da peonada que daqui a alguns anos vai ter que encilhar Os filhos dessa imundícia Ai, ai, não sou malvado, mas pra esse infame cobiço um pealo Uma faca nas bolas, botar na carroça e vender por salame Ai, ai, não sou malvado, mas pra esse infame cobiço um pealo Uma faca nas bolas, botar na carroça e vender por salame Eu conheço muito estancieiro tronqueira velho mão de vaca Com uma cruzeira dentro da guaiaca mas este arataca é de se respeitar Com tanta cabanha criando crioulo e levando pra Esteio Uns cuiudos de estouro Em vez de abrir o bolso no freio de ouro Foi comprar este sorro, pra economizar Quando o cuiudinho saiu tropicando junto co'a manada Estragando tudo aquela rica eguada me tapei de nojo e vou dizer porquê A vida tá braba mas vai se levando Só não se admite um peão do meu bagé Encilhar um cavalo, quebrar bem o cacho Se mandar pro campo e voltar de a pé