No passado eu fui poeta Neste album questionam então deste em kriolo Um poeta não deixa de ser poeta Nem quando frita o miolo Andamos a cair em buracos como pilecas e carolos Falta de confiança e pensamentos tolos Vivem os dias como se fossem últimos Balizas abertas celebram tempo da vida como golos Dependências do alcool do fumo e do sexo Disciplina não é fazer merda mas sim tu teres nexo Lutando num mundo racista Onde ter milhares é conquista Olham pra ti todos no chão A rir querem que desistas Eu cresci no meio dos santos Que se tornam vigaristas Viver um dia de cada vez Signos nos deram pistas Já sentes as molas da cama Quando acordas queres mais vistas Todos a lutar por fama Todos querem aparecer em listas Preciso de isolamento Este habitat não é o meu Não me peças paca emprestada Quem não me pagou se fodeu Todos no consumo Todos a consumir a açúcar A estudar mais o malcom A conhecer melhor o Amilcar A abdicar da tv A sentir os rostos dos carochos As olheiras o cansaço Os putos parecem mochos Cada vez que eu desapareço Eu estou no renascimento Alinhar as minhas ideias Longe do teu olhar ciumento Me querem debaixo da terra E me fechar com cimento Porque decifrei esta farsa E vosso compasso é lento Vossas almas man não são benzadas Vossas almas man não estão curadas Se ainda tiveres sangue no teu eye Querem ter a espada na mão Mas não têm a disciplina dum samurai O teu legado será apagado pelos infléis Tuas palavras de ouro inundadas em folhas de papeis Aquilo que deste sò perde valor Para aqueles que dormem até ao meio dia nos hotéis Preferindo ser carne do que ser caçador Ninguêm jamais entende a tua dor Nem que perdoes e sintas perdão Há sempre um sentimento de rancor Imagina quem nos impede de sermos nós Nos tenta aniquilar e ocultar a nossa voz Mas essa mania de calarem os puros Sò nos mete mais duros como uma noz