Estava difícil combinar um café, mas desta vez lá foi Talvez possamos falar do que já lá vai que as vezes ainda dói Da coragem esquecida que já se perdeu Quem deixou por dizer foste tu ou fui eu Da lembrança guardada num canto qualquer Da palavra apagada por não se entender E dizer-te num gesto mais enternecido Sabes, eu também ando um bocado perdido. Vou preparar-te um jantar, concerteza vou ser original E vou escolher-te um bom vinho. Tu sabes, nunca me saí mal Vou falar-te das voltas que a vida trocou Das verdades que o tempo já entrelaçou Entre sonhos queimados lançados ao vento Entre a cor de um sorriso e o tom de um lamento E dizer-te de um sopro empurrado pela sorte Sabes, eu também ando um bocado sem norte Olha, não fiz sobremesa. Deixa lá, fica para a outra vez Vamos deixar mais um copo a falar dos quês e dos porquês Uma historia que nos apeteça lembrar Um episódio que nunca nos deu para contar Um segredo guardado p'lo cair do pano Um encontro marcado no cais do engano E dizer-te na hora em que a voz fraquejar Sabes, eu também me apetece chorar E vou chamar um táxi. É hora p'ra te levar a casa Era suposto um de nos nesta altura ficar com a alma em brasa Mas a vida é assim, não aconteceu Pouco importa dizer, foste tu ou fui eu O que importa é o abraço que estava por dar Há-de haver uma próxima e mais um jantar e E dizer-te a sorrir já passa das três Dorme bem, quem sabe ... um dia talvez.