A chuva cai na minha bota Forrada de jornal e papelão Eu vou pela estrada sem fim Difícil não olhar pra mim Meu terno listrado de preto e branco Que foi do meu pai e do meu avô Carrego uma mala que leva um livro Disseram que eu não deveria ler Agora que me tornei o último gigante Sento a sombra do guarda chuva para ler Eu me dirijo ao vilarejo Pensando em sangue e destruição A cada passo um terremoto Anunciando a minha aparição Franzindo a testa longa e enrugada Posso ser visto de qualquer lugar Então reflito sobre o que li no livro Alguma coisa me fez entender... Não vou mais esmagar, não vou mais esmagar Eu não vou esmagar mais ninguém...