Navegando num mar de asfalto Eu vejo carros que cantam alto Odeio tudo nessa cidade Mas é normal nessa minha idade Tropeço seco e caio duro Me quebra um dente de vidro puro Mas não há nada mais natural Sair de casa me deixa mal As cores frias das costas nulas Me contam crises que não foram suas Eu sei que isso é exagerar Mas sempre morro quando vou ao mar Corto feito cebolas roxas Me tecem lagrimas rasgando colchas Não há mais tempo para sangrar Venho correndo pra te esperar