Durante a tarde, familiares e moradores
Atearam fogo em pneus e quebraram vidros de um ônibus
A polícia foi acionada para conter...
As manifestações foram contra a morte
De Guilherme da Silva Guedes, de 15 anos
A família acusa a polícia
De envolvimento na morte do garoto
Em Barueri, a PM rende um homem sentado na calçada
Em seguida, ele leva uma gravata no pescoço
Imobilizado e algemado no sábado
Durante a madrugada
Na Zona Norte da capital, policiais...
Não dá nada, não, não dá nada, não
Se for preto, pobre ou favelado, mata
Pode torturar que não dá nada, não
Ditadura sempre existiu
Porém, apenas contra o povão
Não dá nada, não
Mais de 80 tiros no pai de família
Homens do exército sentaram o dedo
Só podem pensar, antes de atirar
Se o sujeito não foi homem pobre e preto
Mais um assalto, chacina no gueto
Homens de cinza atiram no peito
Atiram pra matar
Condição precária, vida miserável
Que a gente herdou da escravidão
Aqui em São Paulo, na periferia
Pretos em uma fixa aglomeração
Brancos empobrecidos tem também
Só que não são a maioria, não
Da pobreza todos somos reféns
Na sociedade da exploração
Trabalhei pra carai', tô cansadão
Fim de semana, calor e solzão
Em cada garagem da periferia
Uma cervejinha, um carro de som
Atividade em alta, crime predomina
Paralelamente os homem em ação
Hoje morre algum soldado do crime
Amanhã nasce em dobro no morrão
Hoje os home' dão o bote
Obviamente sem anunciar
Menino fala: Tomara que capote
Alguns bico já sabe o que vai rolar
A mídia já sabe como tratar
O Estado já sabe como tratar
O senso comum, estigmatizar
Câmeras filmam o sangue derramar
Não dá nada, não, não dá nada, não
Se for preto, pobre ou favelado, mata
Pode torturar que não dá nada, não
Ditadura sempre existiu
Porém, apenas contra o povão
Não dá nada, não