A gente sabe O duro mesmo é quando a gente sente Que tá doendo O foda é ver a gente tá doente Nessa labuta é só luta no ringue É lama e sangue É mão no mangue É no perrengue A gente segue E o melhor é que a gente consegue Viver a vida Pois chega a hora que a gente duvida Se toca o bonde ou se já desiste E apesar de ver que tudo é triste É intrigante como a gente insiste A gente existe Num dia perde noutro dia ganha E se estranha A gente grita Se desorienta Dificilmente a gente compreende Que a gente sangra, mas a gente aguenta A gente cuida E no descuido a gente tropeça E no fracasso reconhece a queda Bate a poeira e então levanta A gente escuta, mas depois se esquece Que a gente cresce Desde que nasce já conhece a regra O samba alegra E no compasso a gente enfim descansa Do sobe e desce De emoções dessa montanha russa Desse furdunço Essa bagunça tensa Das maravilhas que o olhar alcança E na beleza dessa caminhada Por cada troca, por toda conversa Pelos percalços dessa longa estrada Que a gente sabe bem que um dia acaba Sem data certa Sem hora marcada A vida basta O samba vale a pena A vida basta O samba vale a pena A vida basta O samba vale a pena