Fundo de campo, voz de banhado, passa um tajã Se estende o pago até meus olhos cruzarem o rio Parece até que a tardezita se espichou longe Que o horizonte se encolheu todo, tá por um fio Ao longe um bando de garças brancas refaz o vôo Espreguiçando suas asas largas, palas cardados Levando o dia num revoar pra lá do poente E a alma da gente vai junto delas de lado a lado Fundo de campo, invernada grande, berro de touro Chama na tarde uma ponta mansa de vacas pampas Ciclo do campo que se refaz povoando a estância Na circunstância que fazem os touros baterem guampas ♪ O mouro sabe que é fim da lida e atira o freio Goteando o suor da barrigueira que a cincha aperta E sabe ainda que sobra milho pra mais de lata Que bate pata vendo a porteira das casa aberta Fundo de campo, coisa bem linda, me acoa o cusco Que busca a volta beirando o ferro e o sul do estrivo Amigo bueno igual ao mouro das minhas confianças Que é uma balança, é da minha doma, esse é o motivo Assim vou eu, coração na espora, desencilhando Trazendo o pago nas rédeas firmes da minha mão Pra quem conhece o campo todo e a sua essência Fundo de campo, é a minha querência, é o meu galpão Fundo de campo, é a minha querência, é o meu galpão Fundo de campo, é a minha querência, é o meu galpão