Tô preso no quarto De meia em meia hora seco o meu sovaco Já que eu sou do Rio vou mandar o papo Gosto muito daqui, mas tá um calor do caralho Tô preso no quarto E a vida lá fora não merece o quadro É só pintura tosca de engravatado É natureza morta por um bando de safado Até preferia Tá andando de barca, mas de bem com a vida Um real na empada, o outro na bebida Tremenda Praça XV logo às 7h da matina Mas vou te falar Ninguém mata a saudade que nos faz o bar E nada nesse mundo pode compensar O tempo que perdemos de bloco na rua Pra sempre lembrar Que cachaça sem companhia é muito pura Desce rasgando e volta, mas a dor não cura Adoça assim a noite do poeta a viajar ♪ O que é que eu queria? Encontrar na Cantareira toda a geografia Partilhar da cerveja que é a preferida Voltar pra casa ruim, porque tem mais no outro dia E o outro dia vai ter mais Porque tem álcool na ferida E o outro dia vai ter mais Porque tem mais no outro dia E o outro dia vai ter mais Porque tem álcool na ferida (na ferida) Mas vou te falar Ninguém mata a saudade que nos faz o bar E nada nesse mundo pode compensar O tempo que perdemos de bloco na rua Pra sempre lembrar Que cachaça sem companhia é muito pura Desce rasgando e volta, mas a dor não cura Adoça assim a noite do poeta a viajar Mas vou te falar Ninguém mata a saudade que nos faz o bar E nada nesse mundo pode compensar O tempo que perdemos de bloco na rua Pra sempre lembrar Que cachaça sem companhia é muito pura Desce rasgando e volta, mas a dor não cura Adoça assim a noite do poeta a viajar